O acesso via satélite à Internet, embora não tão usual, pode ser uma solução viável, na ausência de uma ligação DSL ou via cable modem na região, quando se pretenda um serviço de desempenho superior ao de um acesso dial-up. Trata-se de uma solução que não requer linha de telefone ou rede de cabo, bastando um reflector de satélite para comunicações bi-direccionais (a velocidade de upload é de aproximadamente um décimo da velocidade de cerca de 500 Kbps, atingida no download). O equipamento necessário consiste, basicamente, num reflector, dois modems (para o uplink e downlink) e cabos coaxiais para as ligações reflector-modems, para além de visão desobstruída até aos satélites geo-estacionários.
O acesso à Internet através de sistemas de comunicações por satélite utiliza a tecnologia de IP multicasting, que permite que um único satélite sirva simultaneamente vários milhares de canais de comunicação, enviando dados comprimidos ponto-multiponto, e assegurando uma largura de banda superior ao dos sistemas terrestres de dial-up.
A grande maioria dos operadores de telecomunicações encaram, todavia, os satélites como apenas mais um elo (designadamente na cobertura de oceanos e apoio a ligações terrestres) na cadeia de transmissão inerente a um serviço de telecomunicações, sendo, na generalidade, utilizados apenas como routers, emissores, repetidores ou fonte de energia radiada. A sua utilização tende no entanto a assumir-se como uma alternativa para distribuição de conteúdos a comunidades afastadas dos grandes centros urbanos, nomeadamente quando dispersas por vastas áreas geográficas - um único satélite geo-estacionário pode, por exemplo, cobrir praticamente toda a Europa.
As vantagens da utilização dos satélites passam pelo acesso imediato, grande cobertura e ausência de barreiras de ordem geográfica. Num ambiente de multicasting, o satélite apresenta, inclusivamente, vantagens face à fibra óptica - razão pela qual a transmissão de canais de televisão via satélite tem tido tanto êxito.
