4.1 Penetração dos serviços no segmento empresarial


Como se poderá verificar nas secções seguintes, o nível de utilização dos vários serviços pelas empresas em Portugal é relativamente elevado.



4.1.1 Penetração por serviço

De acordo com o Inquérito à utilização dos serviços de comunicações eletrónicas pelas PME, da ANACOM, no final de 2014 a penetração do STF, STM e do SAI entre as PME situava-se entre os 89 e os 94 por cento.

Gráfico 44 – Penetração dos serviços nas PME

De acordo com o Inquérito à utilização dos serviços de comunicações eletrónicas pelas PME, da ANACOM, no final de 2014 a penetração do STF, STM e do SAI entre as PME situava-se entre os 89 e os 94 por cento.

Unidade: %
Fonte: ANACOM, Inquérito ao Consumo das Comunicações Eletrónicas, PME, dezembro 2010, 2012, 2014.
Base: Total de empresas com menos de 250 pessoas ao serviço (não tem em conta as não respostas).
Nota 1: A seta com orientação ascendente refere-se a um aumento estatisticamente significativo entre os momentos t-1 e t e a seta com orientação descendente traduz uma diminuição estatisticamente significativa entre os dois momentos. Para maior detalhe, ver apêndice no final do capítulo.
Nota 2: STF - serviço telefónico fixo; STM - serviço telefónico móvel; SAI - serviço de acesso à Internet; SAIF - serviço de acesso fixo à Internet; SAIM - serviço de acesso móvel à Internet; STVS - serviço de TV por subscrição.

No que respeita em particular à penetração do SAI, e tendo em conta os resultados do “Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Empresas”, publicado pelo INE, em 2015 cerca de 98 por cento das empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço dispunham do SAI.

A maioria destas empresas dispunha de um acesso à Internet em banda larga. BLF era utilizada por 94 por cento destas empresas e BLM por 68 por cento (+11 pontos percentuais e +29 pontos percentuais desde 2011, respetivamente).

Gráfico 45 – Penetração do serviço de acesso à Internet, banda larga, BLF e BLM nas empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço

A maioria destas empresas dispunha de um acesso à Internet em banda larga. BLF era utilizada por 94 por cento destas empresas e BLM por 68 por cento (+11 pontos percentuais e +29 pontos percentuais desde 2011, respetivamente).

Unidade: %
Fonte: INE, “Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Empresas” (2011 a 2015).
Base: Empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço com acesso à Internet (não inclui o Sector Financeiro).

A penetração do SAI nas empresas portuguesas era um ponto percentual superior à média dos países da UE28 (pela primeira vez nos últimos cinco anos), enquanto a penetração da BLM era três pontos percentuais superior à média.

Gráfico 46 – Penetração do SAI, banda larga, BLF e BLM  nas empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço, 2015, Portugal e UE28

A penetração do SAI nas empresas portuguesas era um ponto percentual superior à média dos países da UE28 (pela primeira vez nos últimos cinco anos), enquanto a penetração da BLM era três pontos percentuais superior à média.

Unidade: %
Fonte: Eurostat, Information and Communication Technologies in enterprises, 2015.
Base: Empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço (não inclui o Sector Financeiro).

Tabela 9 – Subscrição do serviço de acesso à Internet pelas empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço no contexto da UE

 

2011

2012

2013

2014

2015

UE28 (%)

95

95

96

97

97

Portugal (%)

95

95

96

97

98

Ranking PT na UE28

17º

18º

17º

16º

10º

Desvio face média UE28 (p.p)

0

0

0

0

+1

Unidade: %, p.p.
Fonte: Eurostat, Information and Communication Technologies in enterprises, 2015.
Base: Empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço (não inclui o Sector Financeiro).

4.1.2 Penetração do serviço de circuitos alugados e das redes privativas

Segundo os resultados do Inquérito ao Consumo das Comunicações Eletrónicas pelas PME, da ANACOM, os circuitos alugados e o serviço de gestão de redes privativas foram pouco utilizados pelas empresas inquiridas em 2014 (4,4 e 4,0 por cento, respetivamente).

Gráfico 47 – Utilização de circuitos alugados e redes privativas pelas empresas

Segundo os resultados do Inquérito ao Consumo das Comunicações Eletrónicas pelas PME, da ANACOM, os circuitos alugados e o serviço de gestão de redes privativas foram pouco utilizados pelas empresas inquiridas em 2014 (4,4 e 4,0 por cento, respetivamente).

Unidade: %
Fonte: ANACOM, Inquérito ao Consumo das Comunicações Eletrónicas, PME, dezembro 2014
Base: Total de empresas com menos de 250 pessoas ao serviço
Nota: Significado da sinalética das estimativas: (#) Estimativa não fiável; (*) Estimativa aceitável; (sem sinalética) Estimativa fiável.

De acordo com as empresas inquiridas, estes serviços são sobretudo utilizados para armazenamento, acesso, partilha e transmissão de dados e recursos informáticos, quer ao nível da organização interna da empresa (i.e. acesso a hardware/software/extranet/Internet/servidor/datacenter, comunicações dentro da empresa, faturação/contabilidade, gestão de stocks e clientes, segurança/vigilância, serviço externo/teletrabalho, relações entre a sede e restantes estabelecimentos ou sucursais/filiais), quer nas suas relações com o exterior (i.e. pagamentos, relações com fornecedores e clientes).

4.1.3 Penetração de acordo com o sector de atividade

O consumo de serviços de comunicações eletrónicas difere consoante o sector de atividade em que a empresa se insere1. Estas diferenças encontram-se associadas à própria natureza das atividades desenvolvidas.

A penetração do serviço telefónico em local fixo atingiu valores superiores a 93 por cento na generalidade dos sectores, em 2014. A exceção era o sector da «construção» no qual a penetração do STF era de 84,5 por cento (cresceu 14,5 pontos percentuais desde 2012).

Situação semelhante ocorreu no caso do SAIF, com penetrações próximas de 90 por cento em todos sectores, enquanto o sector da «construção» apresentou uma penetração de 85,3 por cento (cresceu 12,4 pontos percentuais desde 2012).

No entanto, o sector da construção registou a taxa de penetração mais elevada, tanto no caso do STM (96,6 por cento), como no caso da SAIM (62 por cento). Destacava-se, assim, dos restantes sectores que apresentavam penetrações próximas de 90 por cento no caso do STM, e entre 50 e 55 por cento no caso do SAIM.

A TVS era subscrita sobretudo pelos «outros serviços»2 (34 por cento), onde se integra a atividade de «alojamento, restauração e similares».

Gráfico 48 – Posse de serviços por sector de atividade

A TVS era subscrita sobretudo pelos "outros serviços" (34 por cento), onde se integra a atividade de "alojamento, restauração e similares".

Unidade: %
Fonte: ANACOM, Inquérito ao Consumo das Comunicações Eletrónicas, PME, dezembro 2014
Base: Total de empresas com menos de 250 pessoas ao serviço, de acordo com o sector de atividade em causa (não tem em conta as não respostas).
Nota 1: Significado da sinalética das estimativas: (#) Estimativa não fiável; (*) Estimativa aceitável; (sem sinalética) Estimativa fiável. Não se apresenta no gráfico as combinações não fiável (#).
Nota 2: STF - Serviço telefónico fixo; STM - Serviço telefónico móvel; SAIF – Serviço de acesso à Internet fixa; SAIM – Serviço de acesso à Internet móvel; STVS – TV por subscrição.

Em particular no que respeita ao SAI, na maioria dos sectores considerados, a penetração da Internet entre as empresas portuguesas era muito elevada encontrando-se nos primeiros lugares da classificação da UE28. As exceções eram os sectores da indústria transformadora e da construção que, embora apresentassem taxas de penetração elevadas (98 por cento), encontravam-se na 11ª e 13ª posições da classificação, respetivamente.

O subsector «restauração e similares» era o que registava menor penetração de acesso à Internet em Portugal, de acordo com o inquérito do Eurostat.

Tabela 10 – Penetração da Internet, BLF e BLM nas empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço por sector de atividade, 2015

 

Acesso à Internet

Acesso à banda larga fixa

Acesso à banda larga móvel

UE28

PT

Ranking

UE28

PT

Ranking

UE28

PT

Ranking

C – Indústrias transformadoras

97

97,7

11º

92

92

18º

65

63

16º

D+E – Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio. Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

98

100

94

95

13º

72

84

F – Construção

97

97,6

13º

93

94

13º

70

67

17º

G – Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

97

100

93

96

12º

62

70

10º

H – Transportes e armazenagem

97

100

91

96

11º

66

:

:

I – Alojamento, restauração e similares

n.d.

91,3

:

:

:

:

:

:

:

    I55 - Alojamento

99

100

95

98

52

61

10º

J – Atividades de informação e de comunicação

99

100

98

100

83

96

L – Atividades imobiliárias

97

100

94

98

63

:

:

M – Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares

98

100

96

100

75

:

:

N – Atividades administrativas e dos serviços de apoio

96

100

92

98

67

87

Total

97

98,1

10º

93

94

15º

65

68

12º

Unidade: %
Fonte: Eurostat, European ICT survey: "Information and Communication Technologies in enterprises", 2015; INE, “Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Empresas” (2015)
Base: Empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço (não inclui o Sector Financeiro)
Nota: Atividades económicas de acordo com CAE Rev. 3.

4.1.4 Penetração de acordo com a dimensão empresarial

Em 2014, a dimensão da empresa encontra-se positivamente associada à maior utilização dos serviços, embora essa relação tenha uma intensidade baixa3.

Verifica-se que as pequenas e médias empresas (10 a 249 pessoas ao serviço) apresentam, em média, as penetrações mais elevadas para a generalidade dos serviços. A diferença entre a penetração dos serviços nas microempresas e nas pequenas e médias empresas é maior no caso do SAI, em particular no caso do SAIM, tal como já ocorria em 2012.

Gráfico 49 – Penetração de serviços por dimensão da empresa

A diferença entre a penetração dos serviços nas microempresas e nas pequenas e médias empresas é maior no caso do SAI, em particular no caso do SAIM, tal como já ocorria em 2012.

Unidade: %
Fonte: ANACOM, Inquérito ao Consumo das Comunicações Eletrónicas, PME, dezembro 2014
Base: Total de empresas de acordo com a dimensão empresarial (não tem em conta as não respostas).
Nota 1: Significado da sinalética das estimativas: (#) Estimativa não fiável; (*) Estimativa aceitável; (sem sinalética) Estimativa fiável.
Nota 2: STF - Serviço telefónico fixo; STM - Serviço telefónico móvel; SAIF – Serviço de acesso à Internet fixa; SAIM – Serviço de acesso à Internet móvel; STVS – TV por subscrição.

De acordo com o critério dimensão da empresa, a penetração do SAI em Portugal encontrava-se acima da média da U.E.

Tabela 11 – Penetração da Internet, BLF e BLM nas empresas por dimensão empresarial, 2015

 

Acesso à Internet

Acesso à banda larga fixa

Acesso à banda larga móvel

UE28

Portugal

UE28

Portugal

UE28

Portugal

Microempresas

 (1-9 pessoas ao serviço)

:

78

:

72

:

44

Pequenas empresas

 (10-49 pessoas ao serviço)

96

98

92

93

61

64

Médias empresas

 (50-249 pessoas ao serviço)

99

100

97

99

80

83

Grandes empresas

 (250 ou mais pessoas ao serviço)

100

100

99

100

92

96

Unidade: %
Fonte: Eurostat, European ICT survey: "Information and Communication Technologies in enterprises", 2015; INE, “Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Empresas” (2015).
Base: Empresas de acordo com a dimensão amostral (não inclui o Sector Financeiro).

Notas
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1 Segundo o teste do qui-quadrado observa-se uma associação entre o subsector de atividade e o tipo de consumo integrado de serviços. O indicador V de Cramer apresenta um valor de 0,242.
2 Os «outros serviços» incluem as seguintes secções: H (transportes e armazenagem), I (alojamento, restauração e similares), J (atividades de informação e de comunicação), K (atividades financeiras e de seguros), L (atividades imobiliárias), M (atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares) e N (atividades administrativas e dos serviços de apoio).
3 Segundo o teste do qui-quadrado observa-se uma associação entre o tipo de consumo integrado de serviços e a dimensão da empresa. Porém, essa associação apresenta uma intensidade baixa (coeficiente V de Cramer de 0,206).