Arquitectura da rede MSS com Estações Terrestres Complementares (CGCs)


Tendo em vista caracterizar o sistema no âmbito deste projecto de decisão, é necessário considerar cada uma das componentes (satélite e terrestre) seguidamente detalhadas, tendo como referência a figura 1 1, infra.

Esta figura inclui uma ligação típica dum sistema móvel terrestre 2G/3G (por exemplo nas faixas 900/1800 MHz ou 2,1 GHz) que deve ser interpretada como representando a possibilidade de os terminais de utilizador serem duais e por conseguinte acederem a qualquer um dos sistemas, o móvel terrestre ou o MSS incluindo CGCs 2.

Figura 1 - Sistema MSS 2GHz que inclui CGC's

Slide retirado do Relatório CEPT REPORT 013, contendo a arquitectura dum sistema designado por ''NEMO''.
(Clique na imagem para ver a figura numa nova janela)

Componente satélite (estação espacial)

As estações espaciais no âmbito do MSS 2 GHz são estações a bordo de satélites colocados em órbita geoestacionária.

Componente terrestre (CGCs)

A novidade tecnológica dos novos sistemas MSS, sobretudo para a faixa dos 2 GHz, traduz-se na possibilidade de reforçar a qualidade do MSS, através da utilização de componentes (estações) terrestres complementares (CGC), a funcionarem na faixa do MSS nas ligações aos terminais móveis e em algumas configurações em faixas de frequências designadas por Ku (14/11, 12 GHz) ou Ka (20/18 GHz) quando comunicam directamente com os satélites. Daí o aparecimento da designação "sistemas MSS que incluem CGCs".

A caracterização deste tipo de estações (CGC), por constituírem uma "inovação" tecnológica na Europa, provocou acesos debates relativamente às suas funcionalidades e respectivo enquadramento regulamentar. Com efeito, estas estações podem funcionar como meros repetidores dos sinais de satélite ou ampliar a oferta de aplicações aos utilizadores finais, dependendo do que os operadores das CGCs pretenderem, de acordo com os seus planos de negócio em cada um dos Estados-Membros da UE, e naturalmente dependendo de cada um dos regimes de autorização.

Neste tipo de configuração, a estação espacial (satélite) está directamente ligada quer aos terminais móveis, quer às estações terrenas de controlo e encaminhamento (gateways) nas faixas de frequências 1980-2010 MHz e 2170-2200 MHz para as ligações de serviço entre utilizadores. Dependendo dos sistemas, há ligações, não acessíveis pelos utilizadores, entre a estação terrena e o satélite ou entre o satélite e a CGC em faixas de frequências designadas por Ku (14/11, 12 GHz) e Ka (30/20 GHz).

A CGC estará ligada directamente aos utilizadores (terminais móveis) nas faixas de frequências do serviço móvel por satélite (1980-2010 MHz e 2170-2200 MHz). Para a ligação a outras CGCs, esta poderá efectuar-se quer através de "gateways", quer através da ligação às redes públicas de comutação (PSTN). No primeiro caso, poderão vir a utilizar-se outras faixas de frequências, as quais dependerão da configuração do sistema.

A obrigatoriedade da CGC ser parte integrante do sistema MSS advém do resultado dos estudos feitos pela CEPT e pela UIT, onde se concluiu que não é possível a partilha, na mesma área geográfica, entre o serviço móvel e o serviço móvel por satélite. A única possibilidade de haver partilha entre a componente terrestre e o MSS, é a CGC ser controlada pelo sistema MSS; nesta situação, assegurar-se-á o mesmo padrão de reutilização de frequências, para evitar que o satélite e a CGC utilizem a mesma frequência ao mesmo tempo na mesma área geográfica.

É expectável que os satélites MSS melhorem a eficiência espectral através da reutilização de frequências, bem como com a utilização de "spot beams" separados espacialmente. Esta separação geográfica dos feixes que utilizam as mesmas frequências, numa determinada localização, fará com que algumas das frequências em lugar de serem utilizadas pelo satélite, possam ser utilizadas pelas CGCs.

Terminais móveis

De acordo com a definição de serviço móvel por satélite no âmbito deste projecto de decisão, os terminais móveis permitem a comunicação com o satélite, bem como com as CGCs.

Assim, estes terminais, em termos funcionais, operam em modo "híbrido", ou seja, como estações terrenas móveis ligadas ao satélite bem como às CGCs.

Notas
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1 Slide retirado do Relatório CEPT REPORT 013, contendo a arquitectura dum sistema designado por "NEMO".
2 Complementary Ground Components