Estudo sobre a banda larga móvel em Portugal - Academic Team


A ANACOM adjudicou em Dezembro de 2008, à Academic Team, a realização de um projecto de investigação científica, coordenado por esta Autoridade e pela ANATEL (a sua congénere no Brasil), incidindo sobre a banda larga.

Partindo do princípio de que o que condiciona a predisposição de um utilizador para mudar de operador é a sua satisfação com o serviço prestado, o estudo procurou identificar os factores que contribuem para essa satisfação. São relevados, designadamente, a mudança de plataforma tecnológica, a velocidade, a resiliência, a clareza da facturação, bem como os serviços contratualizados em “pacote”, o que significa maiores custos de transacção em caso de mudança.

A Academic Team recorreu a estimativas das elasticidades-preço da velocidade (preço por kbps) de banda larga, com base nos tarifários disponíveis de banda larga móvel e fixa (com a limitação decorrente do desconhecimento do número de aderentes a cada plano tarifário). A curva ajustada de regressão mostra uma elasticidade-preço da procura consistente com alguma evidência atinente à situação nos EUA.

Os resultados, no tocante à utilização da banda larga, indiciam que o volume de horas é relativamente consistente entre diferentes faixas etárias e regiões em Portugal, sendo que o tipo de utilização é relativamente similar para os utilizadores da banda larga móvel e os da fixa. É interessante também notar que, em regra, os utilizadores de idade mais avançada têm menor volume de horas de utilização, ao passo que os mais ricos têm maior volume de horas de utilização.

O estudo, baseando-se num modelo logit multinomial, sugere que os utilizadores de banda larga fixa e os de banda larga móvel diferem em relação à educação e ao rendimento, sendo que estes últimos têm maior possibilidade de ter um curso superior e de terem dois ou mais automóveis. Os resultados sugerem também que os cidadãos mais idosos, com menor rendimento ou menores níveis educacionais têm menor possibilidade de aderir à internet, independentemente da plataforma tecnológica de acesso.

A Academic Team nota que os dados que permitiriam validar a substitubilidade ou não entre diferentes plataformas tecnológicas são limitados. Destaca também que a banda larga fixa é valorizada por aqueles que pretendem aceder à internet em casa com débitos mais elevados e a móvel é valorizada por aqueles com um estilo de vida mais móvel. O estudo sublinha ainda que os utilizadores residenciais que beneficiam de mais de um tipo de acesso têm, geralmente, maior nível educativo e maior rendimento estimado do que os restantes, para além de terem também uma média de idade inferior (cerca de trinta e um anos) à dos restantes utilizadores (cerca de trinta e seis anos).


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