ANACOM está a trabalhar com o regulador de Cabo Verde na melhoria do sistema de monitorização do espectro


A ANACOM está a trabalhar com o regulador cabo-verdiano das comunicações, a ARME, na instalação de uma estação remota na ilha da Boa Vista, que utiliza software desenvolvido pela ANACOM, e que permitirá à ARME melhorar o seu sistema de monitorização do espectro. O objetivo é instalar este tipo de estações em todas as ilhas do arquipélago de Cabo Verde, permitindo ao regulador cabo-verdiano das comunicações otimizar e completar a sua rede de estações de monitorização remota.

Com a inauguração da estação da Boa Vista, a 13 de julho, o regulador de Cabo Verde poderá monitorizar o espectro nesta ilha a partir da sua sede na cidade da Praia, sem ter de deslocar equipas, o que permite baixar os custos da operação e, claramente, aumentar os níveis de eficiência pela maior capacidade e rapidez de atuação.

O software utilizado nesta estação é o mesmo que a ANACOM desenvolveu e utiliza em Portugal e é cedido gratuitamente à ARME, no âmbito do protocolo de cooperação firmado entre os dois reguladores.

O regulador de Cabo Verde também já está a utilizar o sistema de aferição da qualidade de serviço das redes móveis, na ótica do utilizador, que a ANACOM utiliza em Portugal.

A partilha de conhecimento, de experiência e a cedência de tecnologia utilizada ao serviço da atividade de supervisão tem sido uma constante na atividade de cooperação com a CPLP, contribuindo, de forma definitiva, para harmonizar procedimentos no “mundo lusófono” constituído pelos Países da CPLP, na área de supervisão e, em particular, na monitorização do espectro e aferição de qualidade das redes móveis.

Além de Cabo Verde, este ano a ANACOM já levou a cabo ações de cooperação similares com Moçambique, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Em todos os casos foram realizados, nos respetivos países, estudos de qualidade de serviço das redes móveis, na ótica do utilizador.

Aliás, a monitorização da cobertura das redes móveis e a realização de estudos de qualidade de serviço tem sido das áreas que mais interesse têm suscitado aos reguladores destes países, tendo sido vários os casos de deslocação de equipas da ANACOM ao terreno, para passar conhecimento e experiência, permitindo aos técnicos desses reguladores adquirirem o conhecimento on the job.

A capacitação dos técnicos dos reguladores das comunicações eletrónicas destes países em matéria da utilização de equipamentos de monitorização e controlo do espectro tem sido outra área em que os reguladores solicitam a colaboração da ANACOM.

A ajuda na resolução de interferências, casos concretos, nas redes móveis (quer sejam em 2G, 3G, 4G e, eventualmente, em 5G), também tem sido bastante solicitada à ANACOM.

Outras das matérias em que os reguladores solicitam a colaboração da ANACOM para dar formação técnica aos seus colaboradores são as vistorias de radiodifusão sonora, as vistorias de serviço fixo, medições de televisão digital terrestre e resolução de interferências do serviço móvel aeronáutico. Estas são áreas que interessaram especialmente à Autoridade Reguladora Nacional da Guiné-Bissau (ARN-TIC).

Por seu turno, o Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) solicitou à ANACOM um intercâmbio técnico cujo objetivo era a capacitação dos seus técnicos em matérias como a avaliação de campos eletromagnéticos, resolução de interferências, além dos já referidos estudos de qualidade das redes móveis.

No caso de Timor, o interesse da Autoridade Reguladora das Comunicações de Timor (ANC) também recaiu nos estudos de cobertura móvel. De forma mais genérica, a seu pedido, a ANACOM encontra-se a partilhar a perspetiva que tem na forma de organizar as suas equipas de supervisão e, em particular, a sua interação com as restantes áreas da ANC.

Ainda no âmbito da CPLP é de relevar as duas reuniões realizadas em Lisboa com o regulador brasileiro, a ANATEL, nas quais foram abordados temas, como o acesso a infraestruturas, o funcionamento do quadro legal nacional e europeu relativo à segurança e à integridade das redes e serviços de comunicações eletrónicas, a implementação a nível nacional do Regime Jurídico da Segurança do Ciberespaço, o funcionamento do Sistema Nacional de Planeamento Civil de Emergência e da Comissão de Planeamento de Emergência das Comunicações, bem como a segurança dos cabos submarinos, entre outros temas.

Mas a atividade de cooperação da ANACOM não se esgota na CPLP. Existem regularmente reuniões bilaterais com congéneres de outras geografias. De relevar, entre as realizadas este ano, a reunião bilateral com o regulador da Holanda (RDI) sobre monitorização do espectro; a visita do regulador da Tailândia (NBTC) para intercâmbio de experiências e com vista à celebração de um MoU com a ANACOM; a reunião e assinatura de um Memorando de Cooperação Bilateral entre a ANACOM e o Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações (MIC) do Japão, entidade responsável pela regulação do sector das comunicações no país.

ANACOM está a trabalhar com regulador de Cabo Verde na melhoria do sistema de monitorização do espectro

O Presidente da ANACOM, João Cadete de Matos, e a Presidente da ARME, Leonilde dos Santos, na cerimónia de inauguração da estação remota da ilha da Boa Vista, que utiliza software desenvolvido pela ANACOM.


Implementação / ensaios da estação antes da colocação real no destino final

Implementação / ensaios da estação antes da colocação real no destino final

No futuro próximo está previsto o apetrechamento de todas as estações remotas de Cabo Verde com “software ANACOM”.