54.ª Reunião do Comité Consultivo da EUTELSAT - outubro 2023


O Comité Consultivo (CC) da EUTELSAT IGO reuniu no dia 27 de outubro de 2023, em Paris (França), naquele que foi o primeiro encontro do Comité desde a Assembleia de Partes (AP43), realizada em maio de 2023, e desde a aquisição pela companhia do operador britânico de satélites Low Earth Orbit (LEO) OneWeb e consequente formalização da fusão Eutelsat OneWeb.

De acordo com a nova composição do CC no biénio 2023-2025, participaram na reunião, todos os 8 membros do Comité: além da França (Administração Notificadora perante a União Internacional das Telecomunicações – UIT – e que, por esse motivo, detém lugar “cativo” no CC), a Bulgária, Hungria, Itália, Liechtenstein, Suíça e Turquia. Participaram como observadores a Moldávia e o Reino Unido. O Comité reelegeu como presidente Diana Drazci (Hungria).

Assim, desde 28 de setembro de 2023, informou o Secretário Executivo (SE), – Piotr Dmochowski-Lipski, Polónia – a estrutura acionista da Eutelsat Communications passou a ser detida pelo grupo indiano Bharti (21.2%), Bpifrance (13.6%), Ministério da Ciência do Reino Unido e Softbank (cada uma das entidades detendo 10.9%), CMA-CGM (5.5%), Hanwha (5.4%) e Fonds Stratégique de Participations (4.2%). Uma quota de 28.3% encontra-se dispersa em bolsa.

No ano financeiro 2022-2023, que terminou em 30 de junho, os resultados evidenciam receitas de 1,131.3€m, conforme informou, na sua apresentação ao CC, David Bertolotti, secretário do grupo Eutelsat. A companhia espera que o ano financeiro 2023-24 registe uma tendência de crescimento. Contudo, é expetável que a fusão com a OneWeb conduza a dívida do grupo versus o EBIDTA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) a um aumento para 4.0 nos próximos 2 anos, tendo a agência de notação Standards & Poors descido o seu rating para B+ (“non-investment grade’’).

De notar que a Letter-Agreement assinada entre o operador e a EUTELSAT IGO prevê o limite máximo de 3.75 x EBIDTA ao nível do endividamento líquido, admitindo, contudo, exceções temporárias a este mesmo limite no caso de circunstâncias que respeitam ao “crescimento externo” da companhia.

Com esta “combinação GEO-LEO”, que permite operar em órbitas tanto geoestacionária como de baixa altitude, a companhia passa a deter uma das duas únicas redes globais de satélites LEO (juntamente com a Starlink – SpaceX). Assim, aos 36 satélites geo-estacionários da Eutelsat, juntam-se agora os 634 satélites LEO da OneWeb, operando a 1200 kms de altitude, esperando a Eutelsat com este investimento vir a cobrir 84% do globo terrestre, passando a assegurar cobertura em zonas remotas e comunidades rurais não facilmente servidas por satélites geo-estacionários.

O SE foi de opinião que, apesar de continuar a registar um declínio nas receitas, a companhia Eutelsat S.A. evidencia condições para, no médio prazo, cumprir as suas obrigações de serviço público (os designados “Princípios Básicos”), monitorizadas pela EUTELSAT IGO, prometendo manter a vigilância em especial no respeitante ao endividamento e liquidez do operador.