37.ª reunião do Comité Consultivo da EUTELSAT - Paris


A 37.ª reunião do Comité Consultivo (CC) da EUTELSAT IGO decorreu em Paris (França), a 18 de março de 2016, sob a presidência da Polónia (Piotr Dmochowski-Lipski).

Estiveram presentes nesta reunião todos os 7 Estados que integram o CC, ou seja, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Polónia, Portugal - que participou em simultâneo como Presidente da Assembleia de Partes (AP) - e Suíça. O Montenegro e o Azerbaijão participaram na qualidade de observadores.

As Partes foram informadas pelo Secretário Executivo (SE), Christian Roisse (França), relativamente às alterações no Conselho de Administração, composto por 10 Diretores, dos quais 5 são mulheres. O novo Chief Executive Officer (CEO), Rodolphe Belmer, assumiu funções em 1 de março de 2016, substituindo Michel de Rosen que permanecerá na companhia, na qualidade de Presidente não-executivo. Jean-Paul Brillaud, que no passado foi CEO adjunto, abandona o Board, mantendo-se Michel Azibert nessa função.

O SE da EUTELSAT IGO reportou relativamente às atividades que decorreram desde a última reunião do Comité, realizada em outubro, até à atualidade, em particular quanto à supervisão da companhia Eutelsat S.A., sob monitorização da IGO, e cuja situação financeira continua a assegurar as condições com vista ao cumprimento dos Princípios de Base.

O SE informou o comité relativamente à atual estrutura acionista do grupo Eutelsat. A companhia de investimentos Fonds stratégique de Participations, participada pelas seis maiores seguradoras francesas, tornou-se o segundo maior acionista através da aquisição de novas ações. Detém hoje uma quota de 7% e pretende juntar-se ao Conselho de Administração da holding, sujeito a uma decisão favorável dos acionistas, que reúnem em Assembleia Geral em novembro.

O BPI France Participations (ex-FSI), um banco público de investimento formado pelo Estado francês e pela Caisse des Dépôts, mantém-se como o acionista principal, detendo 26% da companhia. O fundo soberano chinês (China Investment Corporation) é agora o terceiro maior acionista, com uma quota de 6,8%. Aproximadamente 60%, cerca de dois terços das ações da Eutelsat, encontram-se dispersas em bolsa.

O Comité notou os resultados financeiros relativos ao primeiro semestre do ano financeiro 2015- 2016, que terminou em 31 de dezembro do ano passado, e que estão em linha, em baixa, com as previsões de crescimento entre 2 e 3%: o crescimento dos proveitos da companhia na realidade situou-se em 1,5%, mas a mesma mantém e crê irá recuperar, no semestre em curso, as metas fixadas, provavelmente nos 2%.

No período em curso, a Eutelsat S.A. registou receitas de 774 milhões de euros, mantendo-se a margem de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da companhia estável nos 77,5%, refletindo lucros da ordem dos 600 milhões de euros, com um backlog de 5,8 biliões de euros, o que representa quase 4 anos de receitas contratualizadas. O ratio dívida/EBITDA da companhia subiu ligeiramente, situando-se no final de 2015 em 3.2:1, abaixo do limite de 3.75:1 fixado na Letter-Agreement assinada em 2 de setembro de 2005 entre o operador e a IGO - de realçar que 3.3:1 é o nível necessário para que as ações sejam classificadas como “a investir”. As aplicações de vídeo continuam a estar na origem de dois terços das receitas do grupo, contra um terço de receitas com origem em dados.

Michel Azibert, CEO adjunto e responsável pela área comercial e de desenvolvimento da Eutelsat S.A., representou a companhia na reunião, tendo apresentado as perspetivas de evolução futura e resultados financeiros da mesma. O responsável admitiu que os resultados estão abaixo do que foi previsto e recomendado aos investidores financeiros, mas sublinhou que os operadores de satélites diretamente concorrentes da Eutelsat - Intelsat e SES - reportaram um crescimento negativo no mesmo período. A melhoria da cobertura da Ásia é uma das apostas do grupo. Desde o último CC, a companhia lançou com sucesso 4 novos satélites, expandiu a “Iniciativa Banda Larga África” e firmou, em fevereiro, uma joint venture com o operador ViaSat, com a finalidade principal de aumentar a oferta europeia de banda larga. A frota da Eutelsat S.A., composta por 40 satélites geoestacionários, cobre dois terços da população mundial e é hoje o terceiro maior operador global de satélites.

No respeitante às interferências dos satélites da Eutelsat com origem no Médio Oriente, o SE informou que a situação, desde o envio do último relatório às Partes em outubro, melhorou significativamente, registando-se somente casos de interferências esporádicas. Devido ao limitado número de incidentes, o SE recordou ter sido acordado com a Eutelsat S.A. que os reportes da companhia neste âmbito passariam a ter incidência semestral, devendo o próximo relatório ser enviado às Partes na Primavera.

Portugal, na qualidade de Presidente da AP, informou o Comité de que a carta com o pedido de candidaturas ao posto de SE seria enviada às Partes no dia 4 de abril de 2016, terminando o prazo para receção de candidaturas em 15 de novembro. A informação sobre as Partes que se candidatam será enviada às Partes até 29 de novembro. A eleição do novo SE ocorrerá na próxima AP, a realizar entre 15 e 16 de março de 2017.

O CC voltou a debater, na sequência de proposta da Polónia e do Luxemburgo, o formato futuro, nível de detalhe e forma de aprovação do seu relatório, tendo no essencial o Comité optado pela manutenção do formato atual do mesmo. Foi acordado que a agenda das reuniões passará a incluir um ponto de síntese com os pontos essenciais do relatório da reunião anterior do Comité.

As próximas reuniões do CC foram agendadas para 9 de dezembro de 2016 e 26 e 27 de janeiro de 2017.