Tráfego postal diminui 4,2% em 2022


Em 2022, o tráfego postal diminuiu 4,2% em comparação com o ano de 2021, atingindo 563 milhões de objetos. A dinâmica recente tem sido influenciada pelos efeitos da pandemia de COVID-19, que gerou uma significativa contração do tráfego. Em 2022, estima-se que a pandemia tenha provocado uma diminuição de 7,8% do tráfego, impacto menos severo do que o ocorrido em 2021 (no qual se estimava uma diminuição de tráfego de 8,1% por efeito da COVID 19).

As receitas geradas pelos prestadores legalmente habilitados para a prestação de serviços postais totalizaram cerca de 709 milhões de euros, menos 0,6% do que em 2021. Esta diminuição deveu-se à evolução das receitas de correspondências, de publicidade endereçada e de encomendas, que diminuíram 0,1%, 2,4% e 1,2%, respetivamente. As receitas de correio editorial aumentaram 0,8%.

A receita média por objeto aumentou 3,8% face ao ano anterior, tal como vem acontecendo desde 2018. Neste ano, o aumento ocorrido resultou, sobretudo, do crescimento da receita unitária das correspondências (+6,1%), influenciado, entre outros fatores, pelos aumentos de preços promovidos pelos CTT em 7 de março de 2022.

Os efeitos da pandemia no tráfego postal ainda se sentiram em 2022. No entanto, com a eliminação gradual das restrições à circulação ao longo de 2021, o tráfego postal parece ter iniciado um processo de recuperação do choque provocado pela pandemia, apresentando uma diminuição inferior à verificada durante o período em que se registaram as referidas restrições à circulação.

Por tipo de objeto, o tráfego das correspondências e de correio editorial diminuiu 5,8% e 4,6%, respetivamente, enquanto o tráfego de publicidade endereçada e de encomendas aumentou 4,1% e 1,7%, respetivamente.

Em 2022, as correspondências representaram 72,8% do tráfego postal, enquanto o correio editorial e a publicidade endereçada representaram 7,3% e 7,4%, respetivamente. O peso das encomendas no total do tráfego situou-se nos 12,5%, mais 0,7 pontos percentuais (p.p.) do que em 2021. Em termos de receitas, o peso relativo das encomendas foi de 42,9%, menos 0,3 p.p. do que no ano anterior.

O tráfego internacional de entrada diminuiu 12,2% em relação ao ano anterior.

Os serviços postais compreendidos no âmbito do serviço universal (SU) foram responsáveis por cerca de 80,0% do tráfego e 50,2% das receitas.

O tráfego de SU desceu 5,2%, enquanto o seu peso no total do tráfego diminuiu 0,9 p.p. em comparação com 2021. As receitas do SU diminuíram 0,7% e o seu peso no total diminuiu 0,1 p.p.

O grupo CTT dispunha de uma quota de cerca de 85,1% do tráfego postal, menos 0,1 p.p. do que em 2021. Relativamente ao tráfego abrangido pelos limites do SU, o grupo CTT detinha uma quota de cerca de 90,4%, mais 0,7 p.p. do que no ano anterior. Por outro lado, a quota de encomendas do grupo CTT atingiu 47,6% (-1,8 p.p. do que no ano anterior).

Em 2022, contabilizaram-se cerca de 14,5 mil trabalhadores afetos à exploração dos serviços postais, menos 2,3% do que em 2021. A diminuição verificada deveu-se sobretudo à evolução do número de trabalhadores do grupo CTT (-4%). A proporção de trabalhadores do grupo CTT atingiu no final do período 71,1% do total (-1,3 p.p. do que no ano anterior). Em sentido oposto, o número de trabalhadores de outros prestadores aumentou 2,3%.

O número de pontos de acesso aumentou 8,7%, enquanto o número de centros de distribuição diminuiu 3,5%.

O aumento do número de veículos em 2022 (695 veículos) contribuiu para que a frota atingisse 8600 veículos, o valor mais elevado desde que a ANACOM recolhe esta informação (2002).

O número de estações de correio dos CTT diminuiu 0,2% em relação ao ano anterior, correspondendo ao encerramento de uma estação e interrompendo a tendência de crescimento que se tinha iniciado em 2019, enquanto o número de postos de correio aumentou 0,9%.

Resumo gráfico dos serviços postais em 2022.


Consulte o relatório estatístico: