O tráfego total dos serviços postais diminuiu 12,4% em 2020. Esta queda do tráfego foi mais expressiva do que a verificada no ano anterior (-6,7%). A aceleração da tendência de diminuição do tráfego postal ocorrida em 2020 está associada aos efeitos da pandemia de COVID-19. Estima-se que tenha tido um impacto direto, negativo, de 9,8% no tráfego postal total. Caso não tivesse ocorrido pandemia, estima-se que o tráfego postal tivesse diminuído apenas 2,9%, o que representaria um decréscimo menos acentuado que o verificado em 2019 (-6,7%).
Em 2020, ao contrário do tráfego de correspondências, correio editorial e publicidade endereçada, que caiu, o tráfego de encomendas aumentou 20%. O ritmo de crescimento foi superior ao verificado no ano anterior (14,1%), enquanto as diminuições verificadas no envio de correspondência e correio editorial (-15,3% e -11,9%, respetivamente) foram as mais significativas desde o início da recolha destes indicadores (em 2012). O envio de publicidade endereçada diminuiu 15,5%.
Em 2020, cerca de 75,5% do tráfego postal foi composto por correspondências (78,1% em 2019), 7,6% por correio editorial (o mesmo valor que em 2019) e 6,8% por publicidade endereçada (7% em 2019).
Os serviços postais compreendidos no âmbito do serviço universal (SU) representaram cerca de 82,2% do tráfego, menos 2,7 pontos percentuais do que em 2019; e 55% das receitas, menos 6,0 pontos percentuais do que no ano anterior.
O Grupo CTT terminou o ano com uma quota de cerca de 86,1% do tráfego postal total, menos 2,3 pontos percentuais do que em 2019. Relativamente ao tráfego abrangido pelos limites do SU, a quota do Grupo CTT foi de cerca de 90,6%, menos 1,4 pontos percentuais do que no mesmo período o ano anterior.
No final de 2020, contabilizaram-se cerca de 14,8 mil trabalhadores afetos à exploração dos serviços postais, 75,6% dos quais colaboradores do Grupo CTT. O número de trabalhadores aumentou 0,1% relativamente ao ano anterior (+20 trabalhadores para o total do sector e -218 para o Grupo CTT).
Em 2020, os veículos, os pontos de acesso e os centros de distribuição aumentaram, respetivamente, 22%, 8,3% e 1,7%. O crescimento do número de veículos deveu-se em grande medida à expansão da frota de vários prestadores de correio expresso, incluindo o Grupo CTT. O aumento dos pontos de acesso deveu-se sobretudo à entrada em exploração de duas novas redes de recolha e entrega de encomendas de dois prestadores.
O número de estações de correio dos CTT aumentou 4,3% em relação ao trimestre homólogo, contabilizando mais 23 estações, enquanto o número de postos de correios diminuiu 1,5%, continuando a tendência de restruturação da rede iniciada em 2019.
Consulte o relatório estatístico:
- Serviços postais - 2020 https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1603126
