As redes móveis GSM da TMN, Vodafone e Optimus apresentam fraco desempenho nos eixos ferroviários. De acordo com o estudo de aferição da qualidade do serviço feito pela ANACOM, só 61,8% das chamadas feitas nos eixos ferroviários Braga-Lisboa, Lisboa-Faro e Lisboa-Coimbra-Guarda foram feitas com sucesso, terminando de forma normal por desligamento.
No que respeita à qualidade áudio, à perceptividade das comunicações, a situação melhora, com 92% das chamadas a apresentarem valores aceitáveis ou bons, mas ainda assim existe uma percentagem significativa de chamadas, 8%, que têm uma pobre ou mesmo má qualidade áudio.
Por operador, não existem diferenças significativas entre a Optimus, Vodafone e TMN quando se analisa a acessibilidade. A TMN consegue realizar 63,5% das chamadas, a Vodafone 62,4% e a Optimus 59,6%.
Na análise da qualidade áudio as diferenças são mais significativas, a Optimus destaca-se pela negativa, com 12,3% das chamadas de teste a apresentarem valores pobres ou maus, seguindo-se a TMN com 6,9% e a Vodafone com 5,4%.
De acordo com o estudo realizado pela ANACOM, as razões para os fracos resultados registados nos eixos ferroviários têm como causa principal as graves deficiências de cobertura, registando-se por vezes ausência total de sinal radioléctrico, sobretudo no percurso Lisboa-Faro. Neste eixo ferroviário, que regista os piores desempenhos, apenas 57,6% das tentativas de estabelecimento de chamadas foram bem sucedidas e apenas 33,6% das chamadas decorreram de forma adequada e terminaram de forma normal; valor que no caso do eixo ferroviário Lisboa-Guarda sobe para 70,5% e no Braga-Lisboa é de 74,1%. Em matéria de acessibilidade, a Vodafone é a operadora que consegue melhores desempenhos nos eixos Lisboa-Faro e Braga-Lisboa, cabendo à TMN essa posição no eixo ferroviário Lisboa-Guarda.
No geral, qualidade é boa
Em termos globais, as três redes móveis GSM existentes em Portugal (Optimus, Vodafone e TMN) apresentam bons níveis de cobertura e desempenho, de acordo com o estudo de qualidade de serviço realizado pela ANACOM.
O indicador acessibilidade apresenta níveis elevados nos aglomerados urbanos e eixos rodoviários, com 97% das chamadas a serem estabelecidas com sucesso e a fase de conversação a decorrer de forma adequada, terminando de forma normal, por desligamento.
No que respeita à qualidade áudio, 98,8% das chamadas apresentaram valores médios bons ou aceitáveis, mas mantém-se a tendência de degradação do indicador, que já se regista desde 2002. Esta é mais acentuada nos aglomerados urbanos do que nos eixos rodoviários. De facto, em 2005, 54,8% das chamadas tinha boa qualidade aúdio, contra 61,8% em 2004. A percentagem de chamadas com qualidade áudio aceitável subiu de 37,3% em 2004 para 44% em 2005, pelo que as chamadas com qualidade boa ou aceitável atingem os 98,8%, contra 91,1% em 2004.
Nos eixos rodoviários a situação é melhor, apesar de também se registar alguma degradação. De facto, no ano passado 63% das chamadas apresentavam boa qualidade, contra 66,5% no ano anterior.
Ao nível da cobertura, o estudo revela bons níveis, tanto nas zonas urbanas como nos eixos rodoviários.
Por operadores, os estudo mostra que ao nível da acessibilidade não existem diferenças significativas entre os três operadores. Nos aglomerados urbanos do Continente, a Optimus estabelece com sucesso e termina de forma normal 97,4% das chamadas; valor que no caso da Vodafone é de 97,1% e na TMN é de 96,7%.
No que respeita à qualidade áudio nos aglomerados urbanos do Continente, 56,9% das chamadas apresentam boa qualidade, valor que no caso da Optimus é de 56,6%, enquanto que na Vodafone só 50,9% das chamadas têm boa qualidade.
Nos eixos rodoviários a TMN apresenta bons níveis de acessibilidade, com 96,9% das chamadas a estabelecerem-se e a terminarem de modo normal, valor que no caso da Vodafone é de 96,6% e na Optimus é de 96,2%. No que respeita à qualidade áudio nos eixos rodoviários, 68,6% das chamadas da Vodafone têm boa qualidade, contra 66% da TMN e 54,5% da Optimus.
A ANACOM realiza todos os anos um estudo global de aferição da qualidade de serviço das redes GSM dos operadores móveis, a que se juntam vários estudos específicos. Os estudos analisam três indicadores de importância fundamental, considerando a perspectiva de qualidade na óptica do utilizador/consumidor: a cobertura, acessibilidade e qualidade áudio.
O estudo deste ano, além da qualidade global das redes móveis GSM, avaliou ainda a qualidade do serviço nos principais eixos ferroviários portugueses: Braga-Lisboa, Lisboa-Faro e Lisboa-Coimbra-Guarda.
As medições para o estudo de 2006 decorreram entre 19 de Setembro e 20 de Outubro de 2005 nos principais centros urbanos e nos principais eixos rodoviários do continente, e durante o mês de Novembro foram feitas as medições nos eixos ferroviários.
Consulte:
- ANACOM https://www.anacom.pt/render.jsp?categoryId=38211
