O Sector das Comunicações em 2022


Já se encontra disponível o relatório “O Sector das Comunicações 2022https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1743684”, regularmente produzido e publicado pela ANACOM, que caracteriza o sector das comunicações eletrónicas e postais em 2022 e explica a sua evolução ao longo do ano em análise.

Em 2022 aumentou a penetração dos serviços prestados em local fixo, nomeadamente a banda larga fixa (+1,5 p.p.), o serviço de distribuição de sinais de TV por subscrição (+1,3 p.p.) e o serviço telefónico fixo (+1,1 p.p.). Considerando apenas o segmento residencial, destacou-se as taxas de penetração do STF e da TVS com 96 acessos em 100 famílias, seguindo-se a BLF com 91 acessos por 100 famílias, de acordo com a informação reportada pelos prestadores e os dados demográficos do Instituto Nacional de Estatística (INE). O crescimento da penetração dos serviços fixos deveu-se à crescente adesão aos pacotes de serviços, que atingiu uma penetração de 91,4 por 100 famílias, mais 2,2 p.p. que em 2021.

No caso dos serviços móveis, a penetração do serviço telefónico móvel (STM) registou um aumento de 6,1 p.p. e a penetração da BLM aumentou 7,0 p.p., nomeadamente do acesso através de telemóvel. O Programa Escola Digital, a retoma da atividade económica no pós-pandemia e o crescimento da atividade turística em Portugal impulsionaram o crescimento dos acessos móveis que verificaram um crescimento acima da média dos últimos cinco anos.

Retomou-se a tendência registada antes da pandemia COVID-19 na maioria das categorias de tráfego de comunicações eletrónicas. Embora o tráfego médio mensal de voz fixa e móvel por acesso e o tráfego de mensagens escritas por acesso tenham diminuído face ao ano anterior, o tráfego médio mensal de Internet por acesso registou novos máximos históricos em 2022, quer na banda larga fixa (BLF) quer na banda larga móvel (BLM), em virtude do aumento da intensidade de utilização dos serviços e do aumento do número de utilizadores. Cada acesso de BLF gerou, em média, 250 GB por mês (+4,4% que em 2021). Na BLM, o tráfego mensal por utilizador atingiu os 7,7 GB (+31,2%).

A utilização de serviços over-the-top (OTT) continuou a aumentar, ainda que de forma menos acentuada face ao verificado no período de pandemia. A percentagem de indivíduos que efetuaram chamadas de voz ou vídeo pela Internet ou que usavam instant messaging aumentou 3 pontos percentuais (p.p.) em 2022 e a utilização de videostreaming on demand aumentou 9 p.p. entre 2020 e 2022.

O tráfego de roaming, que sofreu reduções significativas em resultado das restrições impostas às viagens internacionais decorrentes da situação de pandemia, a partir do 2.º trimestre de 2021, na sequência do levantamento das restrições à mobilidade, aumentou significativamente, tendo o tráfego de Internet em roaming out atingido, no 3.º trimestre de 2022, o valor mais elevado desde que este indicador é recolhido.

Em 2022, a capitação postal – tráfego postal por habitante – atingiu 54,3 objetos por habitante (56,7 em 2021). O tráfego postal diminuiu 4,2% em comparação com o ano de 2021, atingindo 563 milhões de objetos. O tráfego das correspondências e de correio editorial diminuiu 5,8% e 4,6%, respetivamente, enquanto o tráfego de publicidade endereçada aumentou 4,1%.

As encomendas, que desde 2018 aumentaram 59,7%, continuaram a crescer, embora a um ritmo mais lento (+1,7% em 2022), atingindo um novo máximo histórico. Da mesma forma, o comércio eletrónico continuou a aumentar embora de forma menos expressiva face à registada durante o período de pandemia. Em 2022, 43% dos indivíduos efetuaram compras através da Internet nos três meses anteriores à inquirição, mais 2 p.p. do que no ano anterior. O peso das encomendas no total do tráfego situou-se nos 12,5%, mais 0,7 p.p. do que em 2021.

Em termos de receitas, em 2022, as receitas retalhistas dos principais serviços de comunicações eletrónicas atingiram 3,78 mil milhões de euros, tendo aumentado 3,5% em comparação com o ano anterior. As receitas provenientes dos serviços postais atingiram cerca de 709 milhões de euros. Relativamente ao ano anterior, estas receitas diminuíram 0,6% e a receita por objeto postal aumentou 3,8%.

A MEO detinha a quota de assinantes mais elevada de voz fixa - STF (45,0%), serviço de distribuição de sinais de TV por subscrição – TVS (41,1%), Internet fixa (40,9%), e serviços telefónicos móveis - STM (39,0%). O Grupo NOS detinha a segunda quota mais elevada na TVS (37,0%), na BLF (34,0%) e no STF (32,5%) e a terceira maior no STM (28,6%). A Vodafone foi o segundo maior prestador de STM (28,9%) e o terceiro maior prestador de serviços de comunicações eletrónicas em local fixo (quotas de 21,7% na BLF, 19,3% no STF e 18,8% na TVS). As quotas da NOWO foram de 2,9% na TVS e na BLF, 2,3% no STF e 2,0% no STM. A quota dos CTT atingiu 85,1% nos serviços postais.

A publicação está dividida em 10 capítulos: síntese das comunicações eletrónicas; cobertura de redes de comunicações eletrónicas; ofertas de serviços de comunicações eletrónicas; o consumidor de comunicações eletrónicas; pacotes de serviços; serviço de acesso à Internet em local fixo (incluindo o consumo de serviços over-the-top e a utilização de equipamentos IoT); televisão; serviço telefónico em local fixo e VoIP nómada; serviços móveis; e serviços postais (incluindo o comércio eletrónico).