Em 2020, o número de encomendas cursadas nas redes postais dos principais prestadores do serviço de encomendas em Portugal aumentou 25,8%, tendo o volume de negócios aumentado 25,6%.
O crescimento mais significativo ocorreu no caso das encomendas internacionais de entrada, cujo tráfego aumentou 38,8%, seguindo-se as encomendas nacionais (+23,7%) e as encomendas internacionais de saída (+14,7%).
As taxas de crescimento registadas foram significativamente superiores às verificadas no ano anterior. Esta aceleração do crescimento do tráfego de encomendas está associada aos efeitos da pandemia de COVID-19. Com efeito, o comércio eletrónico sofreu o maior aumento dos últimos anos, reflexo do confinamento da população e do encerramento de estabelecimentos comerciais. Em 2020, cerca de 45% dos indivíduos referiu ter utilizado o comércio eletrónico nos últimos 12 meses, mais 5,8 pontos percentuais que em 2019.
Do total de encomendas, 66,8% foram nacionais, 22,9% tiveram origem noutros países (encomendas internacionais de entrada) e 10,3% foram originadas em Portugal e enviadas para o exterior (encomendas internacionais de saída). No total, as encomendas internacionais representaram 33,2% do tráfego.
Por outro lado, 50,5% das receitas de encomendas dos principais prestadores em Portugal foram geradas pelas encomendas nacionais, 17,6% pelas encomendas internacionais recebidas e 31,9% pelas encomendas internacionais de saída, ou seja, as encomendas internacionais representaram 49,5% do volume de negócios deste serviço.
Cerca de 96,6% das encomendas internacionais recebidas em Portugal e 86,6% encomendas internacionais de saída tiveram como origem ou destino países do Espaço Económico Europeu (EEE). Considerando a totalidade das encomendas internacionais (encomendas recebidas e expedidas) o EEE foi origem ou destino de 93,5% das encomendas internacionais e de 31% do total de tráfego. Os países do EEE representaram 89,2% do volume de negócios das encomendas internacionais recebidas e 73,1% do volume de negócios de encomendas internacionais enviadas. No total, o EEE representou 78,8% do volume de negócios das encomendas internacionais e 39% do volume de negócios total deste serviço.
Em 2020, a receita média por encomenda foi de 5,17 euros, uma diminuição de 0,2% em relação ao ano anterior. A receita unitária das encomendas nacionais foi a mais reduzida (3,91 euros), seguindo-se a receita unitária das encomendas internacionais recebidas (3,98 euros) e das encomendas internacionais de saída (15,96 euros).
Em relação ao ano anterior, contabilizou-se um aumento de 9,5% da receita unitária das encomendas nacionais e uma diminuição de 4,9% e 4,2% das receitas unitárias de encomendas internacionais de entrada e das encomendas internacionais de saída, respetivamente.
A receita unitária do tráfego extra-EEE foi 3,5 e 2,4 vezes superior à receita do tráfego proveniente de ou com destino ao EEE, respetivamente. A receita unitária das encomendas internacionais recebidas do EEE foi 2% superior à receita unitária das encomendas nacionais.
Em 2020, o número de trabalhadores associados (não exclusivamente) à prestação de serviços de entregas de encomendas aumentou 3%. 0 número de trabalhadores temporários aumentou 34,3%, enquanto o número de trabalhadores a tempo parcial aumentou 6,2% e o número de trabalhadores a tempo inteiro diminuiu 0,6%.
O número de trabalhadores a tempo inteiro representava 84,5% do total, enquanto os trabalhadores a tempo parcial e temporários representavam 2,7% e 12,8%, respetivamente.
Em 2020, 8 prestadores de serviços de entrega de encomendas subcontrataram 661 empresas. A maior parte das empresas subcontratadas esteve envolvida na distribuição (83,2%) e no transporte de encomendas (25,4%).
Consulte o relatório estatístico:
- Serviços transfronteiriços de entrega de encomendas 2020 https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1678681