Aumento dos preços das telecomunicações em Portugal supera em 16 pontos percentuais a redução observada na União Europeia


Entre o final de 2009 e janeiro de 2021, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 6,4%, enquanto na União Europeia  (UE) diminuíram 9,9%. A diferença, que é de 16,3 pontos percentuais, estreitou-se com a entrada em vigor no dia 15 de maio de 2019 das novas regras europeias que regulam os preços das comunicações intra-UE. Comparando a evolução dos preços em Portugal com alguns países de dimensão semelhante, verifica-se que os preços das telecomunicações aumentaram 6,4% em Portugal e 3,9% na Hungria, enquanto na Áustria e Países Baixos diminuíram no mesmo período 2,3% e 21,7%, respetivamente.

Evolução dos preços das telecomunicações em Portugal e na U.E. (2009M12 = Base 100)

Evolução dos preços das telecomunicações em Portugal e na U.E. (2009M12 = Base 100).

Unidade: índice (2009M12 = Base 100)
Fonte: ANACOM, com base nos dados do Eurostat

Nota: Os preços das telecomunicações da U.E. a partir de dezembro de 2016 diferem do publicado anteriormente devido a alterações efetuadas pelo Eurostat. A informação até novembro de 2016 foi recolhida no dia 16 de março de 2018. A informação a partir de dezembro de 2016 foi recolhida no dia 23 de fevereiro de 2021.

Em janeiro de 2021, os preços das telecomunicações em Portugal, medidos através do sub-índice do Índice de Preços do Consumidor (IPC) diminuíram ligeiramente, 0,1%, face ao mês anterior. A alteração ocorrida resultou do aumento das mensalidades de algumas ofertas do serviço telefónico móvel pós-pagas e da diminuição das mensalidades de algumas ofertas de banda larga móvel através de PC/tablet e de uma oferta “quadruple-play”. Nos últimos 12 meses, a taxa de variação média dos preços das telecomunicações em Portugal foi de -1,9%, 1,8 pontos percentuais abaixo da registada pelo IPC (-0,1%), ocupando Portugal, segundo o EUROSTAT, o 21.º lugar no ranking das variações mais elevadas, ou o 7.º das variações mais baixas. Os países onde ocorreram os maiores aumentos de preços foram Polónia (+4,4%), Lituânia (+2,1%) e Finlândia (+1,9%), enquanto a Irlanda (-3,3%), República Checa (-3,2%) e Dinamarca (-3,0%) apresentaram as maiores diminuições.

Ainda assim, a redução de preços verificada recentemente é insuficiente para anular a desvantagem da situação portuguesa face à média da UE, que se prolonga há mais de uma década.

De acordo com o relatório «Evolução dos Preços das Telecomunicações» hoje divulgado pela ANACOM, em janeiro as mensalidades mínimas são oferecidas pela NOWO em sete casos de um leque de 13 serviços/ofertas, enquanto os prestadores MEO, NOS e Vodafone apresentaram as mensalidades mais baixas para dois tipos de serviços/ofertas cada um.

Em comparação com o mês homólogo do ano anterior, sobressaem as seguintes variações de preços: a mensalidade mínima do serviço telefónico móvel com Internet no telemóvel diminuiu 33,3%, graças à diminuição da mensalidade da oferta da NOWO de 7,5 euros para 5 euros (com oferta da primeira mensalidade); e a mensalidade mínima da banda larga fixa (BLF) individualizada aumentou 4,3%, devido ao fim da oferta da primeira mensalidade do serviço base da NOWO.

Por prestador, a MEO diminuiu a mensalidade mínima de dois serviços/ofertas em relação ao mês homólogo do ano anterior e aumentou a mensalidade em quatro serviços/ofertas. Um dos serviços da MEO cuja mensalidade diminuiu significativamente foi a oferta de serviço telefónico móvel com Internet no telemóvel (oferta UZO), que apresenta agora valores próximos da mensalidade mínima (disponibilizada pela NOWO). A NOS aumentou as mensalidades mínimas de sete serviços/ofertas e a Vodafone aumentou as mensalidades mínimas de quatro serviços/ofertas. Destaca-se, em particular, o aumento da mensalidade da oferta triple play da MEO, NOS e Vodafone ocorrido em outubro e novembro de 2020.

Evolução dos preços das telecomunicações em janeiro de 2021.


Consulte o relatório estatístico: