ANACOM participa na Conferência DETI Talks sobre «Desafios do 5G»


O Presidente da ANACOM, João Cadete de Matos, participou na Conferência DETI Talks sobre «Os desafios do 5G», organizada pelo Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI), da Universidade de Aveiro, tendo feito uma intervenção no painel «Benefícios do 5G na sociedade e nas  cidades», na qual deu a visão do regulador sobre os benefícios que o país pode recolher desta tecnologia.

«O essencial para o regulador é que o país tire o máximo benefício da alteração tecnológica que tem havido e continuará a haver nas comunicações móveis. O potencial da transformação é grande e ainda não está totalmente identificado. Há investigação e desenvolvimentos a fazer nos próximos anos, a nível mundial e também em Portugal, que permitirá novas soluções, em que Portugal quer participar não apenas como utilizador, mas como criador», enfatizou.

Uma dimensão que considerou estratégica no âmbito do 5G, e que foi referida na Conferência Mundial de Radiocomunicações de 2019 (WRC-19) da União Internacional das Telecomunicações (UIT), que terminou a semana passada, é a dimensão espacial. João Cadete de Matos lembrou que a ANACOM é a autoridade espacial portuguesa e referiu o regulamento que cria as regras sobre a atividade de satélites de pequena dimensão, para que Portugal seja atrativo neste âmbito. Referiu também o conceito de network of networks, as constelações de satélites, e como toda esta área pode ser uma oportunidade de desenvolvimento para o país.

O Presidente da ANACOM sublinhou ainda a importância dos cabos submarinos, não apenas na perspetiva de dotar as regiões autónomas com infraestruturas que permitam o desenvolvimento das telecomunicações, mas também na dimensão de poderem ser utilizados para a emissão de avisos sísmicos, porque atravessam as três placas tectónicas existentes no Atlântico; na prevenção de tsunamis e na investigação oceanográfica.

Destacou o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho sobre o Futuro dos Cabos Submarinos e referiu que é consensual no grupo a importância de existirem cabos submarinos neutros, que não sejam detidos por um operador. Sublinhou ainda que esta também é uma preocupação dos Presidentes dos dois Governos regionais. Destacou ainda a densificação da rede exigida pelo 5G e o facto de não fazer sentido que haja triplicação ou quadruplicação de redes no 5G, acentuando que tal não é partilhado no debate internacional. «Todos os dias surgem opções de partilha de rede, coinvestimento, roaming nacional, para que o esforço financeiro exigido seja menor, tornando o retorno desse investimento mais fácil, ao mesmo tempo que existirão benefícios para os utilizadores, designadamente preços mais baixos».

Referiu ainda a cobertura de zonas mais remotas através de ofertas grossistas, com vantagens para todos.

O Presidente da ANACOM lembrou ainda o que está planeado para Portugal ao nível da atribuição das frequências do 5G, dentro do calendário europeu. «Para isso temos que completar a migração da TDT. O piloto de Odivelas correu bem. Agora os trabalhos prosseguirão em todo o país, entre o início de fevereiro e o final de junho», afirmou.

«A ANACOM em janeiro porá o regulamento do leilão em consulta pública. O processo está a correr normalmente, estamos a ouvir todos as partes interessadas. A ideia é que quem tem licenças possa candidatar-se, que não haja açambarcamento de espectro, que existam vários modelos de negócio. Que quem não consiga comprar espectro tenha soluções para poder ter operações virtuais. Tudo isso será objeto da consulta, após o que a ANACOM decidirá tendo em conta o interesse público», disse.

Sublinhou ainda que o objetivo da ANACOM é que as empresas invistam, remunerem os seus acionistas e assegurem serviços a preços competitivos e comparáveis em termos europeus.

No painel participaram ainda Tony Boyle, da Dense Air, Mateus Mazzeo, da Nokia, e Samuel Ferreira, da Huawei.

Intervenção sobre os benefícios do 5G na sociedade e nas cidades.

João Cadete de Matos, Presidente do Conselho de Administração da ANACOM


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