Penetração dos pacotes de serviços de telecomunicações em Portugal ultrapassa média da UE27


/ Atualizado em 20.09.2013

A grande utilização de pacotes de serviços de telecomunicações junto das famílias faz com que Portugal apresente uma penetração de pacotes, nomeadamente pacotes triple play, acima da média dos 27 países da União Europeia - 49% contra 45% na UE27. Em março de 2013, o pacote duplo composto por telefone fixo e Internet era o mais comum na UE27, com uma taxa de penetração de 14%, seguido do pacote triplo (telefone fixo, Internet e televisão), com uma taxa de penetração de 12%. Em Portugal, o principal pacote de serviços era, na altura, o pacote triplo, com uma penetração de 29%, seguido do pacote duplo composto por telefone fixo e televisão, com uma taxa de penetração de 10%.

De acordo com um estudo efetuado pela ANACOM - Autoridade Nacional de Comunicações, cerca de 60% das famílias têm um pacote de serviços, que engloba dois ou mais serviços. Os pacotes de serviços mais contratualizados são os pacotes triple play (73% do total de pacotes contratualizados), seguidos dos pacotes double play compostos por telefone fixo e televisão por subscrição (18%) e dos pacotes duplos com telefone fixo e Internet fixa (6%).

A esmagadora maioria dos inquiridos valorizou a contratualização de pacotes de serviços, face à aquisição isolada dos mesmos, devido a vantagens como a fatura única, a redução de preço face à compra isolada dos mesmos e a simplicidade associada ao pacote. A atribuição de descontos associados a pacotes de serviços parece ter vindo a aumentar ao longo do tempo.

O estudo constata ainda uma descida dos preços médios dos pacotes de serviços entre 2009 e 2012. Esta diminuição dos preços poderá dever-se ao aumento da diversidade de pacotes, ao aumento da concorrência e ao aumento da duração do período de fidelização (de um ano para dois anos, no caso dos pacotes triplos, o que poderá permitir distribuir os custos de instalação por um período mais alargado de tempo).

O telefone fixo foi o serviço menos valorizado no pacote de serviços, com cerca de 13% dos inquiridos a referir que desistiriam desse serviço caso tivessem de o adquirir isoladamente, resultado que sugere que alguns inquiridos podem estar a adquirir serviços dos quais não teriam muita necessidade e que também pode ser reflexo das ofertas existentes no mercado - atualmente a esmagadora maioria das ofertas em pacote incluem esse serviço (em alguns casos com chamadas gratuitas para a rede fixa).

Aproximadamente 8% dos inquiridos disse ter mudado de prestador de serviços nos últimos 12 meses e 17% afirmou ter ponderado mudar de prestador de serviços mas não o fez. De entre os que ponderaram mudar, uma elevada proporção referiu não ter mudado porque o prestador desceu o preço da oferta (sem que houvesse, na maioria dos casos, uma alteração das características dos serviços contratados).

A mudança de operadores é muitas vezes dificultada pelo facto de os consumidores não terem consciência da existência de períodos de fidelização e outras características da oferta. Esta situação é tanto mais relevante uma vez que é nos contratos celebrados mais recentemente que se verificam maiores períodos de fidelização.


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