Portugal tem qualidade na Internet de banda larga


A qualidade da Internet de banda larga em Portugal é boa, em termos gerais, quer se trate de banda larga móvel ou fixa, segundo um estudo realizado pela ANACOM - Autoridade Nacional de Comunicações.

De acordo com o estudo feito pelo regulador, no que respeita ao download de ficheiros, os acessos fixos apresentam velocidades superiores às registadas nos acessos móveis –  registo que não surpreende, dado que as correspondentes ofertas comerciais têm valores superiores. No caso dos destinos internacionais, as diferenças de velocidade entre os operadores fixos e móveis são menores, sobretudo no caso das sessões com destino aos EUA.

Na velocidade de upload é ao contrário, a tecnologia móvel de acesso à Internet apresenta velocidades superiores às dos operadores de banda larga fixa.

Outro dos parâmetros analisado no estudo da ANACOM foi a aplicação peer-to-peer, que permite que dois ou mais utilizadores troquem informações e dados sem a necessidade de um servidor central. Neste caso, os testes foram feitos apenas para os acessos fixos de banda larga.

Na qualidade percepcionada em Web Browsing, que é geralmente associada ao tempo necessário para localizar e fazer download de uma página da Internet, os acessos fixos proporcionam tempos médios de download de página inferiores à tecnologia móvel.

O principal factor diferenciador, em termos de resultados, entre as tecnologias fixa e móvel, manifesta-se sobretudo na latência de rede, no atraso na transmissão dos pacotes, que tem uma influência muito significativa em aplicações interactivas como o VoIP e Internet gaming.

De facto, neste item, os acessos móveis à Internet têm valores mais altos para todos os destinos, havendo uma aproximação aos fixos nos testes com servidores nos EUA e Reino Unido. No entanto, os valores registados para o pior caso não são impeditivos para VoIP.

Focando a análise nos acessos móveis à Internet, em termos de disponibilidade de rede registam-se valores médios acima dos 99%, para todos os operadores, nos três concelhos analisados – Lisboa, Porto e Faro.

Quanto ao tempo de carregamento de página (Web Browsing), obtiveram-se bons resultados, na casa dos dois segundos. Nos servidores localizados no estrangeiro, em particular para os EUA, o desempenho é menos bom, na casa dos três segundos, mas ainda assim aceitável.

Na latência, os valores registados pelos três operadores estão dentro dos valores esperados para a tecnologia.

Banda larga fixa

No caso dos acessos fixos à banda larga recorreu-se ao IVR – Índice de Velocidade Relativa - um índice de normalização que dá a relação entre a velocidade efectivamente conseguida e a velocidade máxima anunciada pelo operador -, para comparar os resultados.

Analisando as velocidades de download por FTP para o servidor nacional, os resultados são bons. Os portugueses têm em média 65% da velocidade máxima contratada.

Nos acessos fixos à banda larga, os valores de latência nas ligações ao servidor nacional são óptimos. Nas ligações para o estrangeiro, os valores são próximos dos registados na tecnologia móvel de acesso à Internet. No caso do VoIP, o atraso (boca-ouvido) não pode exceder os 150 mili segundos. Em regra esse tempo não excede os 70 ms. No caso das comunicações para o servidor nacional e para o Reino Unido os resultados mostram uma qualidade boa.

O estudo da ANACOM foi preparado e realizado em parceria com a QMetrics e a Ericsson, com colaboração da FCCN. O estudo comparou as ofertas dos acessos fixos (cabo e ADSL) onde se procurou assegurar representatividade ao nível do território de Portugal Continental, tendo sido constituído um painel de 259 utilizadores, seleccionados aleatoriamente (52 da Cabovisão, 51 ZON, 52 Clix, 51 Sapo e 53 Vodafone). As medições para a realização do estudo foram feitas entre 5 de Dezembro de 2009 e 17 de Março de 2010 para os acessos fixos, e entre 27 de Novembro de 2009 e 7 de Fevereiro de 2010 para a banda larga móvel. No caso dos acessos móveis foram realizados testes indoor e outdoor nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Faro, tendo sido seleccionada uma amostra de cerca de 60 locais em cada um dos concelhos. Foram considerados no estudo os operadores móveis que representam mais de 90% de quota de mercado e que operam na tecnologia UMTS.


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