Em 2010, entraram no ICP-ANACOM 44.108 reclamações, mais 5 por cento do que no ano anterior. Neste contexto, o número médio mensal de reclamações passou de 3500, em 2009, para 3675, em 2010.
Este acréscimo continua a dever-se, em grande medida, à generalização da utilização do livro de reclamações, cujo regime 1 entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2006, registando-se, face a 2009, um aumento de 9,7 por cento na recepção de folhas de reclamação. De assinalar, no entanto, que o crescimento das reclamações apresentadas por esta via abrandou significativamente em 2010, já que tinha registado um aumento de 31 por cento em 2009.
Gráfico 41 - Evolução do volume anual de reclamações, por tipo de entrada (2005-2010)
Fonte: ICP-ANACOM.
Gráfico 42 - Evolução do volume mensal de reclamações, por tipo de entrada (2009-2010)
Fonte: ICP-ANACOM.
Com efeito, em 2010, as folhas do livro de reclamações representaram cerca de 82 por cento do valor total de reclamações recebidas por esta Autoridade, tendo aumentado a representatividade registada no ano anterior em 3,5 por cento.
Gráfico 43 - Reclamações por tipo de entrada
Fonte: ICP-ANACOM.
No que se refere aos sectores visados, a maioria das reclamações incidiu, tal como nos anos anteriores, no sector das comunicações electrónicas.
Gráfico 44 - Reclamações por sector
Fonte: ICP-ANACOM.
Comunicações electrónicas
Em 2010, foram recebidas 32 224 reclamações sobre serviços de comunicações electrónicas, o que representa um acréscimo de 0,2 por cento face ao ano anterior. O serviço de acesso à Internet motivou o maior número de reclamações por cada mil clientes (2,40), registando, no entanto, um decréscimo de 0,87 face a 2009.
Seguem-se o serviço telefónico em local fixo (2,21), que também diminuiu cerca de 0,31, e o serviço de televisão por subscrição (2,14), que registou um ligeiro aumento de 0,4.
|
Serviço |
2010 |
Clientes (média do período) |
Reclamações por mil clientes |
1.º |
Serviço de acesso à Internet |
10.593 |
4409.356 |
2,40 |
2.º |
Serviço telefónico em local fixo |
7649 |
3465.907 |
2,21 |
3.º |
Serviço de televisão por subscrição |
5673 |
2652.899 |
2,14 |
4.º |
Serviço de cartões virtuais de chamadas |
15 |
9221 |
1,63 |
5.º |
Serviço de postos públicos |
48 |
32.413 |
1,48 |
6.º |
Serviço telefónico móvel |
8393 |
11.919.143 |
0,70 |
7.º |
Serviços de voz através da Internet |
42 |
106.778 |
0,39 |
Fonte: ICP-ANACOM.
No que diz respeito aos assuntos mais reclamados no sector das comunicações electrónicas, mantém-se uma preponderância das questões associadas a equipamento, facturação, atendimento ao cliente, contratos e avaria, tendo-se registado, não obstante, um decréscimo em todos estes assuntos, face a 2009, excepto quanto às reclamações sobre avarias que registaram um aumento de quatro por cento.
Salienta-se ainda que, nas reclamações sobre equipamento, assumiram elevada expressão, no segundo semestre de 2010, as questões sobre o desbloqueamento de equipamentos destinados ao acesso a serviços de comunicações electrónicas, matéria que é disciplinada pelo Decreto-Lei n.º 56/2010, de 1 de Junho.
Assunto |
2009 |
2010 |
Variação % |
Equipamento |
7434 |
7351 |
-1% |
Facturação |
7507 |
7234 |
-4% |
Atendimento ao Cliente |
6321 |
5850 |
-7% |
Contrato |
5391 |
4960 |
-8% |
Avaria |
4471 |
4646 |
4% |
Cancelamento do serviço |
3113 |
3845 |
24% |
Fornecimento de ligação inicial |
4019 |
3523 |
-12% |
Assistência técnica |
6221 |
3137 |
-50% |
Tarifários |
2245 |
2893 |
29% |
Suspensão do serviço |
2134 |
2075 |
-3% |
Portabilidade |
1487 |
1154 |
-22% |
Velocidade |
1004 |
931 |
-7% |
Livro de reclamações |
195 |
259 |
33% |
Infra-estruturas |
249 |
250 |
0% |
Privacidade e dados pessoais |
196 |
243 |
24% |
Roaming |
177 |
169 |
-5% |
Selecção e pré-selecção |
110 |
80 |
-27% |
Listas e serviços informativos |
30 |
40 |
33% |
Numeração |
41 |
28 |
-32% |
Desagregação de lacete local |
50 |
26 |
-48% |
Taxa municipal de direitos de passagem |
7 |
16 |
129% |
Portabilidade geográfica |
141 |
14 |
-90% |
Fonte: ICP-ANACOM.
Quanto à posição relativa de cada prestador de comunicações electrónicas visado nas reclamações face ao total de reclamações recebidas no ICP ANACOM, vide tabelas seguintes. A preocupação com os consumidores levou o ICP-ANACOM a decidir divulgar, pela primeira vez em 2010, os dados dos prestadores de serviços de comunicações electrónicas relativos a reclamações. Trata-se de uma informação relevante para o mercado já que pode ajudar os consumidores a fazerem escolhas mais esclarecidas.
Escalão |
Prestadores do serviço telefónico em local fixo |
Posição face a 2009 |
A |
ZON – TV Cabo Madeirense, S.A. |
↔ |
B |
CABOVISÃO – Televisão por Cabo, S.A. |
↔ |
OPTIMUS – Comunicações, S.A. |
↑ |
|
C |
AR Telecom – Acessos e Redes de Telecomunicações, S.A. |
↓ |
PTC, S.A. |
↔ |
|
ZON – TV Cabo Açoreana, S.A. |
↓ |
|
VODAFONE PORTUGAL – Comunicações Pessoais, S.A. |
↔ |
|
ZON – TV Cabo Portugal, S.A. |
↑ |
|
UNITELDATA – Telecomunicações, S.A. |
↑ |
|
D |
PT PRIME – Soluções Empresariais de Telecomunicações e Sistemas, S.A. |
↔ |
G9SA – Telecomunicações, S.A. |
↓ |
|
TMN – Telecomunicações Móveis Nacionais, S.A. |
↔ |
|
REFER TELECOM – Serviços de Telecomunicações, S.A. |
↓ |
Fonte: ICP-ANACOM.
Escalão |
Prestadores do serviço de acesso fixo à Internet |
Posição face a 2009 |
A |
ZON – TV Cabo Madeirense, S.A. |
↔ |
NORTENET – Sistemas de Comunicação, S.A. |
↑ |
|
PT PRIME – Soluções Empresariais de Telecomunicações e Sistemas, S.A. |
↔ |
|
B |
UNITELDATA – Telecomunicações, S.A. |
↓ |
CLARA.NET PORTUGAL – Telecomunicações, S.A. |
↓ |
|
CABOVISÃO – Televisão por Cabo, S.A. |
↑ |
|
AR Telecom – Acessos e Redes de Telecomunicações, S.A. |
↔ |
|
C |
ZON – TV Cabo Portugal, S.A. |
↔ |
ZON – TV Cabo Açoreana, S.A. |
↓ |
|
OPTIMUS – Comunicações, S.A. |
↔ |
|
D |
PTC, S.A. |
↔ |
VODAFONE PORTUGAL – Comunicações Pessoais, S.A. |
↔ |
|
TMN – Telecomunicações Móveis Nacionais, S.A. |
↔ |
Fonte: ICP-ANACOM.
Escalão |
Prestadores de serviços de comunicações móveis |
Posição face a 2009 |
A |
VODAFONE PORTUGAL – Comunicações Pessoais, S.A. |
↔ |
CTT – Correios de Portugal, S.A. |
↔ |
|
TMN – Telecomunicações Móveis Nacionais, S.A. |
↑ |
|
OPTIMUS – Comunicações, S.A. |
↑ |
|
D |
ZON – TV Cabo Portugal, S.A. |
↔ |
Fonte: ICP-ANACOM.
Escalão |
Prestadores do STVS |
Posição face a 2009 |
A |
ZON – TV Cabo Madeirense, S.A. |
↔ |
A |
ZON – TV Cabo Açoreana, S.A. |
↔ |
B |
UNITELDATA – Telecomunicações, S.A. |
↑ |
B |
CABOVISÃO – Televisão por Cabo, S.A. |
↔ |
B |
AR Telecom – Acessos e Redes de Telecomunicações, S.A. |
↔ |
B |
ZON – TV Cabo Portugal, S.A. |
↔ |
C |
PTC, S.A. |
↔ |
D |
OPTIMUS – Comunicações, S.A. |
↔ |
D |
VODAFONE PORTUGAL – Comunicações Pessoais, S.A. |
↔ |
Fonte: ICP-ANACOM.
Rede e serviços postais
Em 2010, o sector postal registou um total de 8753 reclamações, o que representa um acréscimo de cerca de 20 por cento face a 2009, influenciado sobretudo pelo serviço de correspondência que apresentou 4270 reclamações, mais cerca de 54 por cento do que no ano anterior.
Gráfico 45 - Reclamações do sector postal, por serviço
Fonte: ICP-ANACOM.
O assunto mais reclamado foi o atendimento ao cliente, que registou 2911 reclamações, o que está tipicamente associado à deslocação dos utilizadores aos postos de atendimento dos prestadores de serviços, reflectindo o peso que as reclamações apresentadas através do livro de reclamações têm no total de reclamações apresentadas a esta Autoridade (cerca de 98 por cento). Outros assuntos mais reclamados neste período foram a falta de tentativa de entrega no domicílio (1455 reclamações), o extravio (1002 reclamações), a entrega na morada errada (865 reclamações) e o atraso na entrega (863 reclamações).
Serviços da sociedade da informação
Nos serviços da sociedade da informação, o maior número de reclamações respeita aos serviços de valor acrescentado baseados no envio de mensagem, que registaram 894 reclamações em 2010, representando cerca de 92 por cento do total das reclamações dirigidas a esta Autoridade sobre aqueles serviços. Os principais assuntos visados nestas reclamações foram a alegada falta de consentimento do assinante para a prestação do serviço e o não barramento dos serviços por parte do prestador de suporte ou a demora na sua concretização.
1 Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 371/2007, de 6 de Novembro, pelo Decreto-Lei n.º 118/2009, de 19 de Maio.